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Câncer: hábitos que contribuem até para o sucesso do tratamento

Hábitos que contribuem até para o sucesso do tratamento

Pessoas com câncer perguntam frequentemente sobre o que podem fazer junto ao tratamento para superar o problema ou impedir seu retorno.

A boa notícia é que agora temos evidências científicas robustas para embasar recomendações que mostraram aumentar a chance do paciente que teve câncer sobreviver. Mais do que prevenir no mínimo um terço dos tumores, hábitos de vida saudáveis ajudam a combatê-los com maior eficácia!


Estilo de vida ajuda?

Da prevenção ao tratamento, incluindo o manejo de reações adversas, nossos hábitos de vida podem atuar em praticamente todas as frentes de batalha contra o câncer.

Um trabalho de grande destaque na ASCO (maior congresso internacional de oncologia da American Society of Clinical Oncology) de 2017 foi apresentado por Erin Van Blarigan, epidemiologista da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. No estudo foram orientados 992 pacientes com câncer colorretal a fazer exercício físico regular, manter o peso ideal, consumir grãos integrais, frutas e verduras e maneirar no consumo de carnes vermelhas e processados. Acompanharam esses pacientes por aproximadamente 7 anos, observando quem conseguiu ou não aderir as recomendações. O grupo de pacientes que aderiu as recomendações obteve uma redução de 42% de mortalidade. Se o paciente consumisse pouco álcool, baixava o risco de morte em 51% e o de recorrência do tumor em 36%.

Além dos benefícios na questão do câncer, hábitos de vida saudáveis ajudam a prevenir doenças cardiovasculares e melhoram a qualidade de vida das pessoas. Não são caros e são acessíveis a todos. O tratamento farmacológico, sem a adesão de hábitos equilibrados, não funciona da forma mais efetiva possível. Apenas você pode fazer isso por você mesmo!


Mais verde, menos carne

Os vegetais têm antioxidantes, que combatem a formação de radicais livres, e fibras, que diminuem o contato do corpo com compostos tóxicos. Já o excesso de embutidos e o de carnes preparadas em altíssimas temperaturas nos enche de moléculas tóxicas.

Dicas:

  • Limitar o consumo de carne vemelha (boi, porco, cordeiro e bode, entre outras) a 300 gramas por semana;
  • Evitar carnes processadas!

Um mix de castanhas

A ingestão semanal de 2 punhados (aproximadamente 56 gramas) ou mais de oleaginosas foi associada a uma queda em torno de 42% do risco de recidiva e de 57% do risco de morte em pacientes que já tiveram o câncer colorretal.


Álcool, só um tantinho

Com bases em vários estudos, sabemos que a associação do álcool com o câncer é dose-dependente. Quanto maior o consumo, maior o risco! O estudo apresentado na ASCO também mostrou que aqueles que consumiam até 2 drinks por dia (no caso de homens) e 1 drink por dia (no caso de mulheres)  tinham uma redução do risco de morte ainda maior. Ao não tomar álcool em excesso e seguir as orientações de dieta e atividade física, o risco de morte cai para 51%.


Parar de fumar sempre ajuda

Existe a ideia de que depois que tem câncer não adianta mais parar de fumar. Não é verdade! Você gostaria de ter outro câncer?? O cigarro é como o álcool, quanto maior o consumo, maior o risco. Então, se continuar, há um risco maior de desenvolver outro câncer no mesmo ou em outro lugar. O cigarro também aumenta o risco de doenças cardiovasculares, incluindo trombose e infarto, complicações após cirurgias e radioterapia, reduz o efeito da radioterapia, pode interagir com a ação da quimioterapia e aumenta o risco de problemas respiratórios. Imagina o caos, durante a quimioterapia, ter um infarto. Atrapalha tudo.

Pensem na família! A fumaça no ambiente, aumenta o risco das pessoas que estão em volta desenvolveram câncer.

Um estudo publicado em 2015 no Journal of Thoracic Oncology mostrou que os pacientes que tiveram câncer de pulmão e pararam de fumar após o diagnóstico tiveram um aumento significativo da probabilidade de estarem vivos em 79%. Quem deixa de fumar, vive mais!


Vacina de HPV faz bem!

O papilomavírus humano (HPV) é um grupo de vírus muito comum no mundo. Existem mais de 100 tipos de HPV, dos quais pelo menos 14 são cancerígenos. Dois tipos de HPV (16 e 18) causam 70% dos cânceres do colo do útero e lesões pré-cancerosas. Os subtipos 6 e 11 estão mais associados as verrugas genitais. É transmitido principalmente por contato sexual. A maioria das pessoas é infectada logo após o início da atividade sexual. Esses vírus estão associados a câncer de colo do útero, vulva, pênis, canal anal e até mesmo de cavidade oral. A vacinação protege contra os principais subtipos e é recomendada (por ser mais eficaz) antes do contato com o vírus, ou seja, antes do início da atividade sexual. A vacina atualmente disponível previne contra infecção pelos tipos 6, 11, 16 e 18, oferecendo proteção de aproximadamente 100%. Atenção: Não deve ser realizada por gestantes.

Um estudo nos EUA constatou que a prevalência de infecções bucais pelo HPV foi 88% menor em quem tomou ao menos uma dose do imunizante. Em um país em que mais da metade dos tumores de orofaringe é ocasionada por esse vírus, observamos a relevância da vacinação. Como diz o ditado, prevenir é melhor do que remediar!


Contar os sintomas regularmente a equipe médica ajuda? Mesmo?

Um estudo realizado em um dos maiores centros de oncologia dos EUA, Memorial Sloan Kettering Cancer Center, com 766 pacientes em quimioterapia mostrou que aqueles que reportaram os sintomas semanalmente pela internet para a equipe médica viveram cinco meses a mais. O impacto em aumento de sobrevida é maior que o de vários tratamentos oncológicos modernos e caros.


O verdadeiro peso da obesidade

O excesso de peso está associado ao aumento de diversas neoplasias, incluindo útero, mama, colo-retal, esôfago, pâncreas, rim e tireóide.

Além disso, aumenta o risco de morte por câncer, pois ocasiona alteração no metabolismo dos hormônios sexuais, receptores de insulina e receptores de insulina "like", entre outros.

A obesidade está associada a um aumento de 35-40% do risco de recorrência e morte pelo câncer de mama, conforme dados de estudo de metanálise publicado em 2016 no Journal of Clinical Oncology.


84 mil casos de câncer são atribuídos à obesidade todos os anos.

Estima-se que o excesso de peso contribuiu para o desenvolvimento de 40% das neoplasias nos EUA em 2014.


Emagrecer adianta?

Um estudo publicado em 2017 no Journal of Clinical Oncology (referência mundial em oncologia) mostrou que as mulheres obesas que perderam 5% ou mais do peso tiveram uma redução de 29% no risco de desenvolver câncer de endométrio.


Vale a pena fazer exercício físico

Querem provas??

- Pesquisa desenvolvida em mulheres com mutação de BRCA 1 ou 2 (mutações de predisposição genética ao câncer de mama, ovário e outros tumores) indica que a atividade física moderada reduziu em 38% o risco de câncer de mama.

- Outro grande estudo publicado no Annals of Oncology com um total de 49095 mulheres que tiveram câncer de mama, mostrou que as que se exercitavam possuíam o dobro de chance de estarem vivas.

Além desses benefícios, a atividade física regular ajuda ainda a combater os efeitos colaterais dos tratamentos oncológicos como o cansaço, o desânimo e as dores articulares. A atividade física tem se mostrado mais efetiva que outros tratamentos para combater esses sintomas.

Vamos lá então! Motivação! Vamos começar a malhar!

Dicas:

  • Fazer atividade física de forma REGULAR.
  • Tempo: 150min por semana
  • Dar ênfase a exercícios de força, resistência, pelo menos 2x por semana

E lá vem o estresse

O mal do mundo moderno (e talvez de toda a história da humanidade também)!

Um estudo realizado pela Universidade do Texas, nos EUA, mostrou uma associação entre sofrer um grande estresse nos últimos cinco anos (como uma divórcio, por exemplo) e um risco 78% maior de desenvolver câncer de pulmão.

Dica:

  • Os problemas vão e você fica! Cuide-se. Ame-se mais. O estresse não soluciona problemas, só faz você sofrer mais.

Dá-lhe ioga!

De acordo com um estudo da Universidade de Rochester, NY, EUA, publicado em 2019, a YOGA melhorou a fadiga associada ao câncer e a qualidade do sono.

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